24 de julho de 2011

Primeira mulher a conquistar ouro para o Brasil em esportes aquáticos.

Agência Reuters de Notícias





Por Carlos Barria

CIDADE DE JINSHAN, China (Reuters) - A brasileira Ana Marcela Cunha, de 19 anos, ganhou a medalha de ouro na maratona aquática de 25 quilômetros neste sábado, durante o Mundial de Esportes Aquáticos, numa prova marcada pela polêmica em torno da temperatura da água, que teria excedido os limites de segurança.

Ana Marcela completou a prova em 5h29m22s9 e se tornou a primeira mulher a conquistar um ouro para o Brasil num Mundial de Esportes Aquáticos.

        "Eu fui a zebra, estou muito feliz agora (exceto) pela dor, porque está tudo doendo, mas depois de conquistar a medalha, a gente até esquece um pouco", disse a atleta em áudio divulgado pelo site da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).

        A decisão dos árbitros de seguir adiante com a prova irritou atletas e várias equipes. A seleção dos Estados Unidos, por exemplo, aconselhou todos os seus atletas a não disputar a prova, após a medição da temperatura da água às 5h30 (18h30 em Brasília) apontar temperatura de 30,4 graus Celsius.

        Várias autoridades de equipes que disputam o Mundial afirmaram à Reuters que a temperatura máxima da água não pode superar 31 graus Celsius. A equipe alemã afirmou que medições que realizou durante a prova apontaram temperatura superior a 32 graus Celsius.

        "A água estava quente. Fiquei furiosa porque na sexta volta meu técnico disse que estava 31 graus, e que tínhamos que nadar mais uma volta", disse a medalhista de prata, a alemã Angela Maurer.

      "E na sétima volta ele me disse para terminar a prova independente da temperatura. Acho que a temperatura da água estava superior a 31 graus. Fiquei muito cansada após oito voltas."

         A italiana Alice Franco, que levou a medalha de bronze, afirmou que as condições da prova não foram seguras. "Não somos máquinas. Está água está quente demais para nossa segurança. Não pudemos nadar bem", disse.

        Tanto a prova feminina quanto a masculina foram afetadas pela desistência de atletas. Entre os homens, o vencedor foi o búlgaro Petar Stoychev.

      Autoridades dos Estados Unidos têm sido especialmente cautelosas com as condições da água em competições após a morte de Fran Grippen de aparente exaustão causada pelo calor num evento em Dubai, em outubro.

        Um painel dos EUA, criado para investigar a morte do atleta de 26 anos, recomendou à Fina, entidade que comanda os esportes aquáticos no mundo, que estabelecesse temperaturas mínimas e máximas para as competições.

      A Fina disse em entrevista coletiva que a competição aconteceu de acordo com suas normas de segurança.

© Thomson Reuters 2011 All rights reserved.

Nenhum comentário:

Postar um comentário